Quantas horas de diversão tivemos graças ao Perna Longa, Pica Pau, Tom & Jerry e afins?
Quantas vezes, em nossa condição de crianças, choramos de rir de um personagem de desenho animado que escorregava em uma casca de banana?
Mesmo imbuídos da inocência das crianças, nós pensamos: "que burro! Como ele não viu a "nasca de bacana"? O Kiko que o diga, e também o Seu Madruga, que levou uma bofetada (injusta) pela burrice do bochechudo.
Alguns anos depois me surgiu a dúvida: de onde tiraram a idéia de alguém escorregando em uma casca de banana? Nenhum ser humano pode ser tão idiota burro desligado. É preciso ter o QI do Kiko pra isso, até a estupidez tem um limite. Então, o criador disse: "você está duvidando do potencial da minha criação? Vai levar porrada! Minha obra não conhece limites, aguarde!"
Um dia, eu viajava de ônibus, muito "cabisbundo" e "meditabaixo", com a cabeça encostada na janela, sem dar muita bola pra nada. Uma garota de uns vinte aninhos, caminhava pela calçada, muito bem vestida, de óculos escuros, sorrindo, com a mão na bolsinha, com o estilo de uma argentina em Punta del Este (argh!).
Havia uma casca de banana à sua frente, eu não notei, e nem ela, até que aconteceu o impensado. Ela foi quem caiu, que eu não sou tão... Kiko. Tudo ficou gravado na minha cabeça em câmera lenta, quadro por quadro. No primeiro quadro o pé direito dela se pousou na "nasca de bacana", e nada aconteceu.
No seguinte quadro (eu olhando com um zoom aumentado 1000x) o pé esquerdo começou a avançar. Para levar a perna esquerda pra frente, ela fez força com a direita para atrás, cujo pé não encontrou resistência e voou, como um chicote, à uns 150 Km por hora, 1,5m pra traz.
A anta foi ao chão, a perna esquerda ficou dobrada e o joelho colidiu nas lajotas da calçada, a bunda terminou a sua queda livre esmagando o pé esquerdo contra chão, a mão direita se apoiou na calçada mas a esquerda não soltou da bolsinha. Hilário. Do sorriso convencido só restou um sorrizinho bastante desajeitado. Em meio segundo ela se levantou e continuou caminhando. Mais hilário ainda.
Só então eu me dei conta do que tinha acontecido, e dei uma daquelas gargalhadas abafadas dos filmes, nas quais os personagens cospem toda a bebida. Eu não podia acreditar, era impossível que algo assim acontecesse. Vivendo e aprendendo a não subestimar a intelijumencia dos humanos. E é fato: quanto maior o estilo da anta, mais engraçada é a queda.
Incrivelmente ninguém mais viu a palhaçada, e haviam umas quinze pessoas além de mim no ônibus. Foi influência divina, só pode. Ficou provado que um humano é capaz de ser tão burro, idiota, distraído, besta, quanto o Kiko. Ha, ha. Duvido que um macaco escorregue em uma casca de banana; quem é o ser evoluido, afinal de contas?
God Wins. Desta vez. Até hoje eu me lembro e fico rindo sozinho feito louco.
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